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Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar

Publicado em 15 de novembro de 2011

Participamos do Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar CB-SOL em Campinas nos dias 9 e 10 de novemvro de 2011. Algumas observações:

Estiveram presentes muitos fabricantes, professores e entidades envolvidas no assunto, fora alguns instaladores e poucos estudantes (local e custo dificultaram o acesso).

Um grande tema foi o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que deve ser responsável pela metade das instalações de sistemas de aquecimento solar (SAS) nos próximos anos (em casas unifamiliares, a instalação é obrigatório; em prédios, opcional). A meta do governo é alcançar 15 milhões de m² até 2015 - audaciosa, frente aos 6 mio m² instalados até hoje.

Essa expansão deve demandar a capacitação de mais que 2200 instaladores no Brasil - a Prof. Beth apresentou o programa em convênio com a Eletrobras que está implantando 7 centros de capacitação em diversos estados (no Rio dentro do FAETEC Caxias).

 

Outro programa é a obrigação das concessionárias de energia elétrica de investir parte do faturamento em áreas de baixa renda. A pressão aumentou, mas, tirando a CEMIG, as empresas preferem trocar geladeiras ou lâmpadas, já que não é fácil instalar um sistema tradicional em uma casa às vezes precária (a alternativa da autoconstrução no formato do ASBC não foi mencionada). A ANEEL está estudando uma flexibilização para permitir instalação SAS em residências novas, o que até agora era exceção.

O Inmetro anunciou uma revisão dos ensaios de certificação e deve se colocada em consulta pública ainda em novembro, além da compulsoriedade de etiquetagem, prevista para entrar em vigor dentro de 2 anos.

O questionamento, como a etiquetagem poderia promover um "fusca" de SAS, ao invés dos "ferraris", que são eficientes, mas inalcançáveis pela grande parte da população, resultou no convite de colaborar no repensamento da etiqueta. Os fabricantes que estão iniciando a produção de tubos a vácuo também estão criticando o modelo atual.

A discussão sobre a certificação foi conduzida de forma aberta, com promessa de ouvir as diferentes partes da sociedade. Vamos participar!

Diante de tantos temas técnicos faltou a discussão de como garantir a toda a sociedade o direito de aproveitar a energia solar. Foi o motivo de criar o ASBC e a Sociedade do Sol (parabéns pelos 10 anos!), provavelmente o maior programa de disseminação do aquecimento solar no Brasil. E é um fundamento de um país sustentável. Parece-me que está havendo uma abertura maior para abordar este tema - vamos debater!