Solarize - Cursos de energia solar para iniciantes e especialistas
Sombra em cima dos painéis fotovoltaicos reduz significativamente a geração da energia e merece muita atenção. Como podemos então analisar esta questão para um determinado local onde pretendemos instalar um sistema solar?
Uma ferramenta simples e acessível e o aplicativo Sun Surveyor disponível para Android e iPhone. A função principal que usamos faz parte da versão paga (que custa bem pouco em relação ao benefício que traz!). Baixe o aplicativo e o instale no smartfone.
O aplicativo foi, originalmente, desenvolvido para fotógrafos que querem planejar o ângulo perfeito para bater a foto do pôr-do-sol. Portanto contém muitas opções que não interessam para nosso objetivo. A seguir explicaremos então como aproveitar o máximo do aplicativo na avaliação do sombreamento para uma futura instalação de energia solar.
Outro aplicativo similar: Sun Seeker
Configuração
A primeira configuração se refere ao norte usado pelo aplicativo. A nos interessa o Norte Geográfico (também chamado de Norte Verdadeiro) que sofre um desvio em relação ao Norte Magnético (leia mais aqui). Procure no menu (as barras cinzas em cima; ele aparece também ao deslizar a partir do canto esquerdo) o item "configuração". Lá, você deve marcar o campo "Norte Geográfico". Saia do menu de configuração.
A segunda configuração fica dentro da tela "Live View", que será a tela principal para nosso trabalho. Na parte inferior há duas barras. A primeira apresenta informações sobre sol e lua, chamada "Painel de Informações". Deslize a barra à esquerda ou direita até que apareçam os títulos "Solstícios" e "Equinócios". Toque a tela nestes campos para que a barra roxa e verde seja visível. Procure também o campo "Sol" e ative a barra amarela. Desative as outras barras para reduzir as informações na tela.
Localização
Para que o aplicativo saiba o percurso do sol e desvio do norte magnético precisamos determinar o local da nossa medição. Toque na tela "Live View" no símbolo da bússola e escolhe o método de localização, por exemplo GPS. Este passo não precisa ser repetido enquanto continuar trabalhando na mesma cidade.
Calibragem
Os sensores do smartfone descalibram com frequencia e precisam ser recalibrados toda vez que usamos o aplicativo. Entre no menu "calibragem" e siga as instruções na tela. Métodos para recalibrar os sensores são
- desenhar a figura do 8 no ar
- sacudir o celular
- girar o celular pelos três eixos dele
Repita estes passos até que o aplicativo indique que a precisão dos sensores estiver alta.
A calibragem pode ser aperfeiçoada dentro da tela "Live View", caso for possível ver o sol no momento do nosso trabalho. Toque no menu lateral em cima do ícone com o dedo. Depois aponte o celular para o sol, evitando olhar diretamente para o sol com os olhos. Deslize na tela para a esquerda ou direita até que a bola amarela (marcação do Sun Surveyor para o sol) seja alinhada com o sol visto pela lente do celular (na ilustração desenhamos um círculo vermelho ao redor do sol para facilitar o entendimento).
Preparação do Uso
Feita a localização e calibração podemos iniciar o uso na tela "Live View". As barras na parte inferior tomam muito espaço e acabam atrapalhando. Esconda-as deslizando para baixo.
Informações na Tela
Agora vamos ao que realmente importa para nos. Ligue o aplicativo na função "Live View" e o aponte para leste (direção do sol nascente, azimut entre 60° e 120°). A tela do celular mostra a imagem captada pela câmera com as seguintes informações adicionais:
- A linha verde clara representa o horizonte, com marcação do azimut (relativo ao Norte Geográfico, caso tenha seguido os passos da configuração acima);
- A linha amarela representa o caminho do sol no dia da medição. Os números informam o horário em que o sol se encontra na respectiva posição;
- A linha roxa mais à esquerda, que cruza o horizonte próximo a 60° na latitude do Rio de Janeiro, mostra o caminho no dia do solstício de inverno (20 de junho)
- A linha roxa mais à direita, que cruza o horizonte próximo a 120° na latitude do Rio de Janeiro (imagem abaixo), apresenta o caminho do sol no dia do solstício de verão (21 de dezembro). É necessário girar o celular para enxergar as duas linhas;
- A linha verde escura então mostra o caminho do sol nos dias de equinócio (20 de março e 22 de setembro).
O percurso do sol perambula entre as linhas roxas de solstício.
Medição
Se posicione no centro da área do futuro arranjo fotovoltaico. A medição começa pelo nascer do sol. Aponte, portanto, o celular para leste. As medições devem ser documentadas: ao clicar na câmera da barra lateral, o aplicativo salva a tela na memória do celular.
Vamos interpretar então as imagens:
- Solstício de inverno (imagem acima): o sol aparece aproximadamente à 8:30 atrás do prédio, mas continuará escondido por um coqueiro até quase 9 horas.
- Equinócio: o sol aparece praticamente às 8 horas atrás do prédio vizinho;
- Solstício de verão (imagem ao lado): a linha roxa mostra que o sol está completamente escondido pela árvore. Será necessário inclinar o celular mais para cima e tirar outra foto, onde a linha roxa não fique mais na frente da árvore.
É importante percorrer com o celular todo o percurso do sol no céu, ao longo do ano, para verificar se há outros objetos que possam prejudicar a geração solar.
O passo final é apontar para o oeste (sol poente) e repetir os mesmos passos do sol nascente. As imagens ao lado mostram o resultado:
- Solstício de inverno (primeira imagem ao lado) - à tarde, esta linha fica mais à direita, diferentemente do que acontece de manhã; ela cruza o horizonte próximo a 300° na latitude do Rio de Janeiro: o sol desaparece atrás do prédio vizinho pouco depois das 16 horas;
- Solstício de verão (imagem abaixo): uma árvore encobre o sol a partir das 18 horas;
-
No resto do ano, a situação é melhor do que nos dois dias mencionados acima;
Avaliação da Perda por Sombreamento
O análise de sombreamento descrito acima é qualitativo. Ele indica se há nenhuma, pouca ou muita perda, mas não permite quantificá-la. Mesmo assim, a informação é útil em casos de instalações residenciais ou empresariais em vários aspectos:
- O arranjo fotovoltaico pode ser modificado para evitar sombreamento;
- Objetos podem ser removidos, com antenas, aparelhos, árvores etc.
- Em casos onde o retorno financeiro seja de suma importância ganha-se a indicação de detalhar e quantificar a perda;
- Nos outros casos, onde a instalação é feita primariamente por questões ambientais ou de marketing sustentável ganham-se informações para tomar a decisão.
Avaliação quantitativa
O cálculo quantitativo da perda por sombreamento exige o uso de software de simulação com modelagem 3D, como o PV*SOL, entre outros. Neste cálculo é importante distinguir entre sombreamento por objetos próximos e o horizonte:
- Objetos próximos *(ex. edificações, árvores, antenas etc.) jogam sombra sobre uma parte do arranjo. A sombra "anda" por cima do arranjo conforme a posição do sol;
- O horizonte esconde o sol em certos horários, sendo que o efeito é igual para todos os painéis do arranjo.
Mesmo que o aplicativo Sun Surveyor não permita fazer a avaliação quantitativa, ele permite coletar as informações da curva do horizonte e verificar a modelagem 3D. Este tema será abordado em outra matéria da Base de Conhecimento.
Uma ferramenta para tirar foto do horizonte em 360° é o SunEye da empresa Solmetric.
O grande avanço da energia solar no mundo começou na Alemanha e gerou muito conhecimento que é precioso para nós, neste momento de expansão desta tecnologia no Brasil. É neste intuito que a Câmara de Comércio e Indústria Alemanha-Brasil (AHK) tem promovido eventos sobre tecnologia fotovoltaica.
O último ocorreu no dia 29 de fevereiro e contou com várias empresas líderes alemãs, como também com especialistas brasileiros. Nós contribuímos, mais uma vez, com uma palestra sobre o tema de capacitação profissional, foco da nossa atuação. Sendo pioneiros no Brasil relatamos o desenvolvimento deste setor e descrevemos de forma exemplar como adaptamos conceitos alemães à realidade tropical, e quais desafios encontramos no caminho.
Leia aqui a apresentação com o título "Professional Training by using German concepts adopted to the Brazilian reality" e verifique no site da AHK as outras palestras.
O interessante projeto da associação Revolusolar, de instalar energia solar em uma comunidade do Rio de Janeiro virou matéria da TV Rede Vida. Contribuimos ao projeto com assessoria técnica, e à materia com uma entrevista.
redevida.com.br/programa/jornal-da-vida/comunidade-carioca-capta-energia-solar.html
Estamos presenciando um aumento do número de profissionais e empresas no setor da energia solar. Profissionais que se formaram em cursos básicos, ganharam experiência e, agora, desejam aprofundar seus conhecimentos. Temos pensado como podemos contribuir com essa demanda diversificada sobre temas mais específicos.
Ano passado já começamos a ampliar a gama de cursos para especialistas, e este ano inserimos na grade cursos básico e avançado sobre o software PVSyst, sendo que este último ocorrerá na próxima semana em São Paulo.
Há temas que aparecem frequentemente nas conversas entre colegas, gerando dúvidas, e que merecem respostas rápidas. Por este motivo criamos o no nosso site. Entre lá e acesse as primeiras matérias sobre sombreamento e sobre a mudança na regulamentação sobre geração distribuída, que entrará em vigor a partir do dia primeiro de março.
Ampliamos também o calendário no nosso site, incluindo eventos como congressos e feiras do segmento de energias alternativas. O próximo será, no dia 29/02, a German Brazilian Renewable Energy Conference, da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha. Haverá muitas palestras de empresas alemãs e três blocos sobre mercado, capacitação e financiamento no Brasil. Sem ônus, como de costume, e com uma palestra nossa.
No plano da opinião pública, os ventos estão a favor. Luiz Pinguelli Rosa, professor da Coppe/UFRJ e certamente uma pessoa influente no planejamento energético, disse numa entrevista à CartaCapital, que a energia solar, "infelizmente, está atrasada. Apesar de já ter havido leilão, é preciso políticas para estimular o seu uso". Já a revista IstoÉ Dinheiro relata a constatação do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, de que "a energia eólica e a solar vão crescer muito nos próximos anos".
E aqui na Solarize, capacitação é a nossa forma de contribuir para que esse mercado cresça com consistência técnica. A procura está sendo tão grande que vários treinamentos lotam com antecedência. Garanta sua vaga e inscreva-se já!