O novo Marco Legal da Geração Distribuída foi publicado no dia 6 de janeiro de 2022, e ele regulamenta o nosso setor econômico. Estamos começando hoje uma série com objetivo de destrinchar as novidades mais impactantes para nossos projetos. Vale esclarecer que as informações publicadas aqui não substituem o estudo da lei e uma consultoria jurídica especializada.

Vamos começar pela seguinte dúvida que ronda o setor de energia solar, e que deixa até proprietários de sistemas fotovoltaicos inquietos: O novo Marco Legal da Geração Distribuída já está em vigor? e estudar os diferentes prazos que a nova lei apresenta.

Leia também a 2a matéria da série: " Vantagens da taxa mínima com a nova lei 14.300 - entenda o cálculo do Custo de Disponibilidade".

O Marco Legal está em vigor, SIM

O Marco Legal foi publicado no Diário Oficial da União em 06/01/2022 como lei 14.300/2022, e o último artigo diz:

Portanto, SIM, a lei está em vigor.

MAS ... há vários artigos que definem prazos. Vamos listar os mais importantes.

Períodos de transição para o encargo sobre a energia injetada

O Artigo 17 define as novas regras tarifárias, uma cobrança progressiva da energia injetada. Ainda vamos detalhar essa cobrança.

Por hoje é importante saber que ela não será aplicada durante o período de transição (Art. 26), que se estende até 05/01/2023 (12 meses a partir da publicação da lei) para

  • micro e minigeradores existentes na data da publicação da lei;
  • que protocolarem solicitação de acesso na distribuidora em até 12 meses contados da publicação
    desta lei e que realmente forem entrar em funcionamento (veja os prazos no §3 do Art 26).

Esses sistemas terão suas regras garantidas até 31/12/2045.

O proprietário pode até transferir o direito adquirido para o próximo morador, desde que não encerra o contrato antes - uma dica importante para quem for deixar um imóvel vazio.

Se o proprietário decidir aumentar a potência do seu sistema após 2022, então a energia injetada será tarifada parcialmente pelas regras antigas e parcialmente pelas regras novas, conforme relação da potência existente e a potência acrescida.

O direito se perde apenas se o proprietário cometer uma "irregularidade no sistema de medição", vulgo gato.

Prazo para regulamentação: 180 dias

Art. 30 diz: A Aneel e as concessionárias ou permissionárias de distribuição de energia elétrica, a fim de cumprir
as disposições desta Lei, deverão adequar seus regulamentos, suas normas, seus procedimentos e seus
processos em até 180 (cento e oitenta) dias da data de publicação desta Lei.

Modalidades que já eram possíveis anteriormente não justificam essa demora. A minigeração para consumidores "optante B" é um exemplo disso (Art. 11 § 1°, leia mais aqui).

Novas formas de associação com fins de geração compartilhada também dependem de análise contratual e não regulatória, portanto podem ser solicitadas já (Art.1 inciso X: "condomínio civil voluntário ou edilício ou qualquer outra forma de associação civil").

Prazo para mudanças de procedimentos e normas: 90 dias

A lei trouxe uma regra importante que vai simplificar a vida das integradoras. No passado, fomos surpreendidas diversas vezes por repentinas mudanças em procidmentos ou normas das concessionárias ou da Aneel.

Agora, essas mudanças devem respeitar um prazo de 90 dias para entrar em vigor (Art. 31), o que permite uma adaptação dos projetos ou uma antecipação da solicitação de acesso e vai trazer mais segurança e tranquilidade.

Garantia de fiel cumprimento para projetos acima de 500kW

A lei trouxe vários dispositivos que procuram impedir a venda de pareceres de acesso. Um deles é a exigência de apresentar a garantia de fiel cumprimento para projetos acima de 500kW dentro de 90 dias. Estude detalhes no Art. 4°.

Quer saber mais?

No curso Geração Distribuída: Nova Lei, Novas Regras Regulatórias e os Novos Modelos de Negócio, a Dra Marina Meyer, diretora jurídica do INEL, aborda todas as oportunidades e novas regras da lei 14.300. Participe da próxima turma!

Após anos de negociação foi promulgada agora o Marco Legal da Geração Distribuída, o PL 5829/2019, que se transformou na lei federal 14.300/2022. Já falamos diversas vezes sobre o processo, e vamos detalhar a lei em breve para você.

A nova lei representa um compromisso entre as diferentes agentes do mercado. Por isso, ela define um encargo crescente para novas instalações (solicitadas a partir de 2023), algo que parece anacrônico em tempos de escassez hídrica. Afinal, é fato que a energia solar reduz a necessidade de ligar termelétricas caras e, com isso, alivia a conta mesmo de quem ainda não é proprietário dessa tecnologia.

Mas o que é mais importante é a segurança jurídica que nos permite planejar os próximos anos. Não há mais espaço para  uma taxação pesada, como aquela que a Aneel propôs em 2019 e que gerou revolta no país inteiro. Ganhamos também novos modelos de negócio que abrem opções inéditas e permitem ao mercado se adaptar com a devida tranquilidade.

Assista à live sobre as novidades

Organizamos uma live para explicar as novidades e orientar você como se adequar a elas. Venha saber quais são os impactos dessa nova lei no setor de energia solar do Brasil e quais artigos foram vetados pelo presidente.

Convidamos especialistas que acompanharam o processo e estão atuantes no setor há vários anos:

  • Heber Galarce, Presidente do Instituto Nacional de Energia Limpa (INEL);
  • Marina Meyer Falcão, Presidente da Comissão de GD da OAB , Diretora Jurídica do INEL e membro da Câmara de Energia e Gás da FIEMG;
  • Saunaray Pereira Barra, Especialista em Energias Renováveis e Instrutora do SENAI;
  • Sérgio Tavares Pires, Presidente Simdimig / FIEMG;
  • com moderação de Hans Rauschmayer, sócio-diretor da Solarize Treinamentos.

Assista à gravação e participe do curso que detalha as informações: Geração Distribuída: Nova Lei, Novas Regras Regulatórias e os Novos Modelos de Negócio

 

Após anos de negociação foi promulgada agora o Marco Legal da Geração Distribuída, o PL 5829/2019, que se transformou na lei federal 14.300/2022. Já falamos diversas vezes sobre o processo, e vamos detalhar a lei em breve para você.

A nova lei representa um compromisso entre as diferentes agentes do mercado. Por isso, ela define um encargo crescente para novas instalações (solicitadas a partir de 2023), algo que parece anacrônico em tempos de escassez hídrica. Afinal, é fato que a energia solar reduz a necessidade de ligar termelétricas caras e, com isso, alivia a conta mesmo de quem ainda não é proprietário dessa tecnologia.

Mas o que é mais importante é a segurança jurídica que nos permite planejar os próximos anos. Não há mais espaço para  uma taxação pesada, como aquela que a Aneel propôs em 2019 e que gerou revolta no país inteiro. Ganhamos também novos modelos de negócio que abrem opções inéditas e permitem ao mercado se adaptar com a devida tranquilidade.

Participe da live sobre as novidades

Organizamos uma live para explicar as novidades e orientar você como se adequar a elas. Venha saber quais são os impactos dessa nova lei no setor de energia solar do Brasil e quais artigos foram vetados pelo presidente.

Segunda-feira, dia 10 de janeiro, às 18h

Convidamos especialistas que acompanharam o processo e estão atuantes no setor há vários anos:

  • Heber Galarce, Presidente do Instituto Nacional de Energia Limpa (INEL);
  • Marina Meyer Falcão, Presidente da Comissão de GD da OAB , Diretora Jurídica do INEL e membro da Câmara de Energia e Gás da FIEMG;
  • Saunaray Pereira Barra, Especialista em Energias Renováveis e Instrutora do SENAI;
  • Sérgio Tavares Pires, Presidente Simdimig / FIEMG;
  • com moderação de Hans Rauschmayer, sócio-diretor da Solarize Treinamentos.

Faça sua inscrição aqui e receba o link de participação.

Encostado à Floresta da Tijuca e com vista para a praia da Barra, o Vale Encantado é um lugar muito especial dentro do município do Rio de Janeiro. Parece interior, não cidade. Só dois locais do vale são mais conhecidos: um clube e uma igreja romântica onde casais aproveitam o ar fresco e a vista para celebrar o seu dia.

As famílias que habitam o vale já tiravam seu sustento com agri e floricultura. Sempre souberam se adaptar a mudanças e fundaram, em 2008, uma cooperativa que produz alimentos e recebe turistas para passeios ecológicos ou comemorações.

Delícias do Vale Encantado

Aliás, uma especialidade culinária de lá é a deliciosa Jacalhoada, na qual jacas da floresta substituem o tradicional bacalhau. Marque sua visita e experimente!

Energia solar para o recomeço

Com a pandemia, a cooperativa se viu obrigada a interromper as atividades e viu na sua frente vários obstáculos para retomá-las. O custo com energia elétrica, junto com as dívidas acumuladas durante a inatividade, dificultaria o recomeço.

Nessa situação veio a salvação com um projeto coordenado pela Rede Favela Sustentável (RFS) e financiado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), onde foi possível inserir verba para instalar um sistema de energia solar.

Instalação e capacitação

Melhor ainda: não conseguimos somente o peixe, ensinamos também a pescar. Três moradores se capacitaram em cursos nossos para projetar e instalar o sistema: Otávio Barros, o presidente da cooperativa, Laerte Freitas e Paulo Jarbas, que assinou o projeto.

Estamos os acompanhando na homologação junto à concessionária, que ainda não foi concluido, e os apoiamos durante a instalação dos componentes principais, que ocorreu no dia 3 de janeiro  (abrindo o ano de 2022 com a chave de ouro).

Ainda falta aprimorar alguns detalhes estéticos e elétricos que serão feitos com calma.

Os patrocinadores

Encontramos dois patrocinadores, ambos parceiros da Solarize, que abraçaram o projeto junto conosco: a empresa Ecori, que forneceu o equipamento fotovoltaico e consultoria valiosa (obrigado ao Raphael Coelho!).

Foram instalados seis módulos BYD de 335Wp junto com três micro inversores da APsystem, de 600W cada. Deixamos os inversores visíveis para poder mostrar tudo a interessados.

A Almax se juntou ainda doando ferramentas específicas e material elétrico.

O contexto sustentável com biodigestores

O projeto principal onde pegamos carona também é empolgante: a comunidade não conta com uma canalização regular de esgoto, o que deixou os moradores sempre insatisfeitos. Ainda mais porque eles escolheram sustentabilidade como objetivo da vida.

Para resolver a situação foram construídos vários biodigestores, alguns anos atrás. Naquela época, apenas parte das casas foram conectadas. Esse o objetivo principal do projeto: completar a rede de esgoto.

Por ser bem mais trabalhoso do que a instalação do sistema solar, vamos precisar segurar ainda  a ansiedade para inaugurar as novidades... nos acompanhe nas próximas etapas!