O arco voltaico é um risco real durante a instalação de sistemas fotovoltaicos. Nada mais é do que a corrente elétrica atravessando o ar, como num raio ou na soldagem elétrica.

Ele pode machucar o técnico que está próximo, pode derreter material plástico dos cabos ou dos conectores ou até causar incêndios.

O risco é elevado na instalação fotovoltaica, porque trabalhamos com corrente contínua e não temos como desligar nossa fonte de energia, o sol.

Como é que o arco pode ocorrer?

  • Quando o técnico abre conectores ou contatos sob carga, isto é, quando a corrente está passando por aquele ponto;
  • Quando um fio se solta sob carga, porque não estava bem fixado;
  • Quando, por descuido, se causa um curto circuito entre o polo positivo e negativo.

Como evitar o risco?

Evitar o risco, na verdade, não é difícil, mas requer disciplina: antes de abrir qualquer conexão ou contato, é imprescindível averiguar que não há corrente passando por aquele ponto. O alicate amperímetro deve estar sempre às mãos!

O protocolo ao lado aumenta muito a segurança ao iniciar a operação, porque evita interligar strings com erros.

Use, ainda, conectores fotovoltaicos seguros (tipo MC4), e tome muito cuidado ao manusear pontas descapadas. Em certos casos, você vai precisar esperar o pôr-do-sol para desenergizar o fio.

Quer aprender os procedimentos na prática?

Então venha participar do nosso curso de instalador! Neste curso, você aprende, em pequenos grupos, os procedimentos seguros durante uma instalação fotovoltaica.

Simulamos, ainda, erros comuns na instalação elétrica, para você evitar e, quando ocorre, resolver sem se arriscar. São as "pegadinhas" que os participantes adoram!

O clima está mudando continuamente e os dados climáticos que usamos no software de simulação devem refletir essas mudanças. O software PV*SOL procura acompanhar essas mudanças para garantir que você, como integrador, consiga estimar o rendimento das instalações com a melhor precisão.

O PV*SOL usa, por padrão, dados fornecidos pela empresa Meteonorm, uma das mais reconhecidas mundialmente (outros programas, como o PVsyst usam a mesma fonte) e acompanha suas atualizações (veja o changelog). Desta forma, PV*SOL 2022 adotou a versão 8.1 da Meteonorm, que modernizou os dados de irradiação para o intervalo de 1996 até 2015.

Vamos conhecer as mudanças que ocorreram em parte do Brasil com essa atualização, como também falar sobre o acesso direto a outras fontes de dados. No final, vamos discutir como trabalhar com as fontes meteorológicas na prática.

 

Formato TMY em intervalos horários

Antes de tudo, é importante entender o formato TMY (typical meteorological year), usado pelo PV*SOL: os dados representam um ano típico com todas as suas oscilações em cada local.

O formato TMY é composto por medições reais que representam o clima local, seguindo um algoritmo complexo. Com isso, ele traz muito mais informação do que a mera média mensal e pemite calcular o rendimento do sistema fotovoltaico com muito mais exatidão.

Imagine, em comparação, um local onde a temperatura é constante em 24°C, dia e noite, ao longo dos 365 dias do ano. Seria um local agradável para se viver e onde o ar condicionado pode até ser dispensado.  Rio de Janeiro, na teoria, é um local agradável assim, porque tem uma temperatura média de 24°C. Só que são as fortes oscilações entre dia e noite e entre inverno e verão que nos obrigam a usar aparelhos de ar condicionado nas horas quentes do ano.

 

Mudanças nos dados Meteonorm

O PV*SOL 2021 usava dados do Meteonorm versão 7.3, que apresentava a seguinte distribuição regional da irradiação.

 

Na versão Meteonorm 8.1, a distribuição da irradiação ficou da seguinte forma:

Fica evidente um aumento da irradiação na maior parte do Brasil. Somente em algumas regiões do Nordeste houve redução da irradiação. O seguinte mapa mostra a mudança até a versão 8.0 (que está praticamente igual a 8.1):

Para todos os mapas, a Meteonorm informa uma uma incerteza de 6%.

Na versão 8.2., o Meteonorm aumento a irradiação na região Nordeste. 

 

Novas fontes PVGIS, SolCast e SolarAnywhere

PVGIS é uma base de dados com aplicativo oferecidos pela Comunidade Européia, com acesso gratuito.

Solcast é um serviço comercial para dados climáticos que permite algumas buscas gratuitas por mês (consulte os valores no site). No primeiro acesso, o PV*SOL cria uma conta no site que será usada em seguida.

SolarAnywhere é outro serviço comercial, oferecendo dados conforme o plano contratado.

As três fontes foram incluídas para oferecer ao usuário uma maior diversidade e para facilitar a comparação entre as diferentes fontes com objetivo de escolher a mais adequada.

O acesso a essas fontes ocorre pela mesma tela que já permitia inserir dados de fontes externas.

 

Fontes externas com médias mensais

O PV*SOL permite cadastrar dados climáticos mensais de qualquer fonte. No Brasil, muitos integradores gostam de copiar valores do site CRESESB-Sundata.

Neste contexto é importante estar ciente à diferença na qualidade de dados: quando se usam dados disponíveis em médias mensais, então o PV*SOL gera dados em intervalos horários através de um algoritmo que respeita as médias. No entanto, não é possível representar as oscilações reais presentes no formato TMY original.

Outra questão são os dados de temperatura. O Sundata não oferece esses dados, o que reduz a qualidade da simulação.

 

Como inserir dados externos:

  1. Ainda com a marcação em "Meteonorm", você clica no mapa no local para quais você vai inserir dados. Aparece um alfinete verde e os dados da localização;
  2. Depois marque "Dados de medição";
  3. Selecione a unidade correta dos dados que você vai informar. No caso do Cresesb, seria "kWh/m² dia";
  4. Insira os dados mensais, usando vírgula (se se Windows está configurado para o Brasil);
  5. Os dados devem ser do plano horizontal! O PV*SOL calcula a irradiação para o(s) plano(s) dos módulos;
  6. Se tiver a temperatura média mensal disponível, então insira esse valor também, na unidade correta. Caso contrário, deixe vazio;
  7. Clique em OK e o PV*SOL vai gerar dados horários que correspondem às médias mensais informadas.

 

Como trabalhar na prática

Diferentes fontes meteorológicas sempre trazem diferentes valores, ainda mais num país como o nosso que não conta com uma estrutura boa de medição em solo. As novas fontes foram introduzidas ao PV*SOL justamente para oferecer uma variedade maior que permite a você escolher a melhor de acordo com as suas preferências:

  • Se você prefere fazer estimativas cuidadosas que, depois, serão superadas pelo rendimento do sistema instalado, então use uma fonte que oferece, na sua região, valores mais baixos;
  • Se você fez boas experiências com a base antiga do Meteonorm 7.3.2, então pode continuar a usá-la: basta abrir um projeto antigo que foi criado com esses dados que eles estarão disponíveis no seu computador;
  • No caso contrário, se você estava perdendo vendas porque a concorrência apresentava propostas mais promissoras, então você deve procurar fontes com uma irradiação mais alta.

Uma outra forma de baixar o rendimento é inserir perdas adicionais em campos como sujeira ou perda pelo espectro.

 

Bancabilidade e Probabilidade da Prognóstico

Vamos ampliar um pouco o horizonte para entender melhor a característica da prognose do rendimento.

Normalmente, o PV*SOL calcula a prognose para um rendimento médio do sistema fotovoltaico. Esse rendimento será superado em 50% dos anos, e não será alcançado na outra metade dos anos. Em referência a 50%, esse prognóstico é chamado de P50.

Investidores costumam exigir prognósticos mais conservadores, que serão superados em 90% ou 95% dos anos: eles desejam prognósticos P90 ou P95. O resultado é uma geração mínima garantida com ganhos adicionais na maioria dos anos.

O PV*SOL oferece esse cálculo para sistemas que vendem sua energia para a rede. Veja como:

  • Use como tipo do sistema é "Sistema conectado à rede", sem associação ao consumo;
  • Selecione como "conceito de injeção": "Injeção total";
  • Um link abaixo abre a janela que permite ajustar os parâmetros;
  • Nos resultados, essa probabilidade não aparece no resultado energético, mas na aba "Análise financeira"

Se você quiser fazer prognósticos mais conservadores, então visualize a redução de P90 ou P95 para o local do seu projeto e aplique esse percentual como perda num outro campo.

 

Qual modelo de radiação difusa é o mais adequado no Brasil?

PV*SOL permite ao usuário escolher o algoritmo aplicado para calcular tanto a radiação difusa no plano horizontal quanto a radiação difusa no plano inclinado (isto é, o plano dos módulos). Pesquisamos fontes científicas que tratam desse tema e encontramos um único trabalho, frequentemente citado:

Portolan dos Santos, Ísis; Nascimento, Lucas; Ruther, Ricardo, Pereira Junior, Luiz Carlso; 2012: ÁBACOS PARA ANÁLISE SIMPLIFICADA DE ORIENTAÇÃO E INCLINAÇÃO DE SISTEMAS SOLARES FOTOVOLTAICOS INTEGRADOS A EDIFICAÇÕES (baixe aqui).

O trabalho tem como objetivo orientar, de forma sumária, arquitetos a escolher a melhor inclinação do telhado numa determinada cidade, e com a orientação do construção. Ele se baseia em valores médios anuais, obtidos no projeto SWERA e comparado com o cálculo no software Radiasol.

Já o PV*SOL simula projetos fotovoltaicos com intervalos horários onde a oscilação da irradiação ao longo do dia impacta no resultado energético do sistema.

Devido a essa divergência nos objetivos não nos sentimos seguros em recomendar os resultados do trabalho para nosso fim.

Infelizmente desconhecemos estudos que indiquem o melhor modelo de radiação difusa, da forma que não conseguimos responder a pergunta do título. Agradecemos muito o envio de informações que permitam embasar uma recomendação.

Desde 2016 contribuimos para a Semana de Engenharia Elétrica da Universidade Veiga de Almeida. Uma parceria rica com ganhos para todos, inclusive para você, que tem a oportunidade de assistir à palestra "Projetos fotovoltaicos com software: o pulo do gato para aumentar a qualidade".

Nesta palestra serão apresentados uma série de casos nos quais o cálculo do software fotovoltaico PV*SOL destaca uma proposta entre os concorrentes e conquista o cliente de forma assertiva. Nós vamos falar sobre orientação de telhados, sombreamento, adequação arquitetônica, perda por clipping e comparação entre tecnologias de inversores.

Esse aumento de qualidade da proposta é o pulo de gato para conquistar mais clientes com menor custo. Seguindo estudos de mercados, é a confiabilidade da proposta junto com a indicação por clientes satisfeitos são as chaves de sucesso no setor de energia solar.

O aumento do preço da gasolina está fazendo manchetes, semana após semana. O peso nos nossos bolsos aumenta, não somente na hora de abastecer, mas também pelo impacto nos outros bens e na inflação. E não há prespectiva de um alívio a curto prazo.

O hidrogênio energético promete virar um substituto para a gasolina. As pesquisas em torno da produção deste combustível estão cada vez mais intensas, junto com o desenvolvimento de uma cadeia de abastecimento. No entanto, isso levará mais alguns anos até ser disponível em maior escala.

Um outro substituto vem chamando a atenção há bastante tempo: a energia elétrica. Mesmo com os aumentos nas tarifas, devido à escassez hídrica, ela ficou cada vez mais vantajosa na comparação entre veículos elétricos e aqueles à combustão.

O verdadeiro remédio contra a alta da gasolina é a energia solar, combinada com veículos elétricos. Na próxima semana apresentaremos um estudo, elaborado com uso do software PV*SOL, onde mostramos que o custo não passa de 6 centavos por quilômetro rodado, uma economia de 91% quando comparado com gasolina.

Falaremos também sobre novos modelos de negócio que permitem substituir a aquisição do carro por um serviço de locomoção - algo extremamente interessante para empresas com serviços em áreas metropolitanas.

O Fórum MOVE acontece nos dias 16 e 17 de novembro online, e nossa palestra será no segundo dia, logo de manhã.

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